Comitê Permanente de Equidade Racial e de Gênero da SJRJ promove “Café com Acolhimento” no Dia de Luta contra a Violência à Mulher

No dia 10 de outubro, comemorou-se o Dia Nacional da Luta contra a Violência à Mulher. A data representa um marco para a reflexão sobre a violência de gênero. Alinhado a isso, na última sexta-feira (10), o Fórum da Justiça Federal, na Av. Rio Branco, sediou o evento “Café com Acolhimento”, com o tema violência doméstica. A ação foi direcionada a funcionárias terceirizadas com o objetivo de promover a conscientização e oferecer um espaço de troca sobre a questão. Participaram do evento a desembargadora federal Andréa Esmeraldo, o juiz federal Carlos Adriano Miranda Bandeira, as juízas federais Bianca Stamato Fernandes e Fernanda Ribeiro Pinto, além de outras servidoras e servidores convidados.
 
A abertura do evento ficou a cargo da servidora Célia Brito, integrante do Comitê Permanente de Equidade Racial e de Gênero da SJRJ e do Coletivo Negro da Justiça, que apoia a iniciativa. Célia recepcionou as funcionárias e relembrou encontros anteriores. Em seguida, a servidora Moama Mahin de Souza, que também integra o Coletivo, compartilhou um pouco de sua trajetória profissional.
 
Já o juiz federal Carlos Adriano Miranda Bandeira apresentou aos participantes o Comitê Permanente de Equidade Racial e de Gênero da SJRJ. “O objetivo desse encontro é também que vocês possam conhecer os membros do Comitê e nos procurem, caso precisem de apoio ou queiram dar sugestões sobre ações que possam ser realizadas ou situações que possam ser melhoradas. Estamos aqui para vocês também”, ressaltou, dirigindo-se ao público-alvo do evento.

Iniciativa é destinada a funcionárias terceirizas da instituição

Na sequência, a servidora Íris de Faria, representando o Grupo de Apoio e Assistência a Magistradas e Servidoras em Situação de Violência Doméstica/SJRJ, reforçou que a violência doméstica é um tipo de agressão que atravessa todas as classes sociais e que, para combatê-la, é necessário saber como reconhecê-la, como atuar e como auxiliar mulheres nessa situação.
 
A desembargadora federal e presidente do Grupo de Apoio e Assistência/TRF2, Andréa Esmeraldo, ao iniciar sua fala, comentou a atuação alinhada entre esses grupos formados na 2ª Região, destacou a abrangência ampliada quanto ao público-alvo – contemplando-se também funcionárias contratadas - e comentou a importância de colocar a violência doméstica no centro do debate. Ela também alertou que a violência pode se manifestar de diferentes formas. “Existem várias maneiras de expressar a violência, muitas delas sutis, quase imperceptíveis, porque vão sendo banalizadas. Há um tipo de violência que deixa marcas, que é a física, e as pessoas conseguem reconhecer. Mas existem outros tipos, e geralmente elas não acontecem isoladamente. Por exemplo, quando há violência física, normalmente já houve antes violência psicológica, moral ou patrimonial. Entra-se num ciclo que vai escalonando”, concluiu.
 
Em sua explicação, a desembargadora citou, ainda, o Protocolo Regional de Enfrentamento à Violência Doméstica e Familiar da 2ª Região da Justiça Federal, enfatizou a importância da conscientização e trouxe exemplos de situações reais para ilustrar sua fala. Além disso, reforçou o papel da rede de apoio como agente de transformação. “Quando a mulher decide romper a situação de violência doméstica, é comum que o agressor intensifique os atos violentos e tente afastá-la de pessoas próximas. Muitas vezes, a mulher não percebe o quanto tem sido tolerante com a situação e precisa de ajuda para enxergar isso e conseguir sair”, finalizou.
 
As juízas federais Bianca Stamato Fernandes, coordenadora do Núcleo de Justiça Restaurativa, e Fernanda Ribeiro Pinto, que integra o Comitê de Equidade, também participaram do evento e compartilharam sinais de alerta e situações que podem ser prejudiciais. A iniciativa contou ainda com a presença dos servidores Marcelo Ventim Filho, do Grupo de Apoio e Assistência/SJRJ, Marco Antônio de Almeida, do Comitê, e Patricia Fernanda dos Santos, idealizadora do Coletivo Negro da Justiça. Durante a roda de conversa, algumas funcionárias relataram vivências ligadas a variadas situações de violência e o grupo refletiu sobre a construção da autoestima feminina, mecanismos de enfrentamento e sobre as formas de ajudar pessoas próximas que estejam passando por isso. Ao final, foi servido um lanche aos participantes – quando outras funcionárias se sentiram mais à vontade para partilhar novos relatos.

Café com Acolhimento
 
O projeto, iniciado em 2024, é uma iniciativa do Coletivo Negro da Justiça Federal em parceria com o Comitê Permanente de Equidade Racial e de Gênero da SJRJ, com o objetivo de estreitar o relacionamento entre servidores, magistrados e funcionárias terceirizadas. Durante os eventos, são discutidos temas que promovem a reflexão sobre letramento racial, equidade de gênero e a importância do combate à violência em suas mais variadas formas.