Magistradas e servidoras da Justiça Federal da 2ª Região assistem a palestra sobre violência contra mulheres

Numa iniciativa dos Grupos de Apoio e de Assistência às Magistradas e Servidoras em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF2), da Seção Judiciária do Rio de Janeiro (SJRJ) e da Seção Judiciária do Espírito Santo (SJES), cerca de 50 magistradas e servidoras assistiram nesta terça-feira, 25/03, pela plataforma Zoom, a uma palestra de Anderson Mouzinho Vieira, de Polícia Judicial do TRF2 e da SJRJ.

Ao abrir o evento, a desembargadora federal Andréa Esmeraldo, coordenadora do grupo, destacou a importância da realização deste evento - em especial no mês dedicado à Mulher - e lembrou que o Tribunal Regional Federal da 2ª Região aprovou, em agosto do ano passado, o Protocolo Regional de Enfrentamento a Violência Doméstica e Familiar. “É um marco porque, não só atende a uma recomendação do Conselho Nacional de Justiça, mas incorpora à política institucional do tribunal uma preocupação constante com o bem-estar, com a saúde física e mental e com a segurança de magistradas e servidoras. O protocolo tem um viés de conscientização, que nos leva a refletir sobre um problema extremamente grave e sensível, dado que os números relativos à violência contra a mulher são crescentes e estarrecedores, que pode ocorrer das mais variadas maneiras e atinge as mulheres, indistintamente da camada social que pertencem”, assinalou.

Em uma hora, Mouzinho Vieira trouxe reflexões sobre o aumento da violência contra as mulheres. De acordo com o Fórum Brasileiro de Segurança Pública, as ocorrências aumentaram. “Em 2023, foram 19 milhões de mulheres vítimas. No ano passado, esse número aumentou para 21,4 milhões”, destacou. Para ilustrar a palestra, o policial mostrou vídeos, como uma fala do presidente do Supremo Tribunal Federal, Luis Roberto Barroso, “quem agride mulher não é macho, é covarde”, comentando o caso de uma  oficial do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, agredida por um policial militar quando entregava uma ordem, no começo do mês. Mouzinho orientou magistradas e servidoras como agir no dia-a-dia para se prevenir de situações de risco e como enfrentar atos violentos. “É importante não ter rotinas previsíveis, variando itinerários e horários. Temos que usar as redes sociais com cuidado. Aprender a confiar nos seus instintos, sempre  informar alguém de sua confiança para onde está indo, qual a previsão da chegada, além de estar alerta em ambientes externos, ajuda muito a evitar tragédias. A melhor luta é aquela em que você consegue evitar por completo”, ressaltou.

Ao final do encontro, depois de agradecer a Mouzinho Vieira pela explanação extremamente esclarecedora, Andréa Esmeraldo ressaltou alguns pontos. “Geralmente pensamos que a violência nunca vai acontecer conosco. Muitas vezes a mulher não percebe a escalada de violência e outras vezes não se identifica como vítima”, pontuou a magistrada. Reforçou, por fim, os canais disponíveis no tribunal e nas seções judiciárias para acolhimento, através de escuta ativa, orientação e adoção de medidas administrativas de proteção e assistência, garantindo-se a confidencialidade e o sigilo de dados.