Magistradas(os) participam de curso de Contra-Acompanhamento em Brasília

Na segunda-feira (24), iniciou o Curso de Contra-Acompanhamento para Autoproteção de Magistradas(os), promovido pela Corregedoria-Geral da Justiça Federal (CG) e pelo Centro de Estudos Judiciários do Conselho da Justiça Federal (CEJ/CJF). A capacitação visa ensinar técnicas de identificação, prevenção e interrupção da coleta de informações utilizadas para planejar crimes contra magistradas(os), evitando o confronto físico.

A abertura do curso aconteceu na sede do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e foi conduzida pelo vice-presidente do Conselho da Justiça Federal (CJF) e corregedor-geral da Justiça Federal, ministro Luis Felipe Salomão. Ao dar as boas-vindas a todas(os), o ministro destacou a importância da ação educacional: "Estamos organizando essa iniciativa pioneira junto ao CEJ, com a intenção de, futuramente, expandi-la. Percebemos a necessidade de mudar o cenário da segurança institucional, tanto da Justiça Federal quanto dos próprios juízes". Também ressaltou que, historicamente, as medidas de segurança eram reativas e que agora o foco é a prevenção: "Nosso objetivo é envolver os responsáveis pela segurança para disseminar essa nova mentalidade".

Estrutura

Com 24 participantes indicadas(os) pelos Tribunais das seis Regiões da Justiça Federal, a capacitação, que será realizada em diferentes ambientes, segue até o dia 28 de março, totalizando 32 horas-aula. A iniciativa integra as ações do CEJ/CJF para aprimorar a segurança institucional do Judiciário e reforçar medidas de autoproteção em situações de risco.

Para o assessor da Assessoria da Corregedoria-Geral da Justiça Federal (ASSCG) e delegado da Polícia Federal Élzio Vicente da Silva, os temas foram escolhidos com base na realidade enfrentada pela magistratura brasileira. "A aquisição de competências nessas ações tem o potencial de aprimorar a segurança das juízas e juízes federais", afirmou.

Ele observa, ainda, que a ação educacional é um projeto institucional mais amplo, idealizado pelo ministro Salomão, e que as próximas atividades contam com subsídio de estudos aplicados à magistratura sobre percepção de segurança, com objetivo de “mudar a mentalidade sobre segurança institucional de forma gradual e sustentável”.

O assessor-chefe da Assessoria Especial de Segurança Institucional e de Transporte do CJF (ASSEP), Geovaldri Maciel Laitartt, um dos instrutores do curso, enfatizou a necessidade da mudança de perspectiva na segurança de magistradas(os). "As ações de segurança, historicamente, focam no pós-crime. Precisamos antecipar as ameaças e preparar os magistrados para identificar situações de risco antes que se concretizem", explicou.

Percepção

A juíza federal Ana Paula Serizawa Silva Podedworny, do TRF da 1ª Região, destacou sua satisfação em participar do curso: "Sou juíza criminal há 12 anos e esses cursos de segurança são essenciais. Tenho altas expectativas, principalmente pela abordagem teórica e prática, que nos ajuda a entender e aplicar melhor as técnicas ensinadas", elogiou.