Curso de contra-acompanhamento para autoproteção de magistradas(os) é encerrado com simulações de segurança

O Conselho da Justiça Federal (CJF), por meio da Corregedoria-Geral da Justiça Federal (CG) e do Centro de Estudos Judiciários (CEJ), encerrou, na manhã de sexta-feira (28/3), o curso Ações de Contra-Acompanhamento para Autoproteção a Magistradas(os), com simulações de segurança. A capacitação, com 32 horas-aula, aconteceu de 24 a 28 de março e teve atividades no Superior Tribunal de Justiça (STJ), ParkShopping e Aeroporto de Brasília.

O curso reuniu 24 participantes indicadas(os) pelos Tribunais das seis Regiões da Justiça Federal, com o objetivo de ensinar técnicas de identificação, prevenção e interrupção da coleta de informações utilizadas para planejar crimes contra magistradas(os), evitando o confronto físico. A iniciativa integra as ações do CEJ/CJF para aprimorar a segurança institucional do Judiciário e reforçar medidas de autoproteção em situações de risco.

Élzio Vicente da Silva, assessor da Corregedoria-Geral da Justiça Federal (ASSCG) e delegado da Polícia Federal, encerrou o treinamento surpreso com o engajamento das(os) participantes. Afirmou que as(os) magistradas(os) enfrentaram, sem exceções, todos os exercícios, pensados de acordo com as necessidades da função: “Aproximamos o máximo possível as atividades da realidade das(os) magistradas(os). Para isso, criamos exercícios com cenários de acompanhamento ilegítimo, tudo com o objetivo de construir modelos mentais adequados para que elas(es) consigam lidar efetivamente com a dinâmica do planejamento de uma ação hostil no mundo real .”

Para o chefe da Assessoria Especial de Segurança Institucional e de Transporte do CJF (ASSEP), Geovaldri Maciel Laitartt, a metodologia combinada de teoria e prática foi crucial para o sucesso da capacitação, proporcionando elevada assimilação das medidas de segurança pelas(os) participantes. “Escolhemos técnicas muito específicas para que pudessem internalizar o conteúdo. Foram selecionados lugares estratégicos, em que magistradas(os), em geral, mais circulam no seu dia a dia e que se tornam ameaças mais latentes, como saída do trabalho, aeroporto e shopping”, explicou.

Atividades

O grupo de magistradas(os) recebeu treinamentos teóricos no período da manhã, seguidos por atividades práticas à tarde, que abordaram o enfrentamento de situações de violência física, moral e psicológica. Cada participante passou por simulações individualizadas com instrução policial, recebeu feedbacks e participou de debates em grupo sobre a experiência.

O curso teve atividades no STJ, com foco no desenvolvimento de habilidades relacionadas à consciência do ambiente em que a pessoa se encontra, evidenciando a dificuldade de realizar a leitura do local. Foram promovidos, ainda, treinamentos externos no ParkShopping e na área restrita do Aeroporto de Brasília, visando preparar, através de simulações, as(os) juízas(es) para ataques em locais públicos.

Avaliação

A juíza federal da 5ª Região Kylce Anne de Araújo Pereira ressaltou que os ensinamentos do curso são essenciais para o fortalecimento da segurança e do cuidado com a vida. “O curso foi bastante proveitoso, ensinou técnicas de autoproteção e de visão das pessoas que eventualmente têm alguma atitude nociva em relação a nós, não só no exercício de sistema da magistratura, como também na vida em geral”, declarou.

A simulação de cenários na capacitação também foi elogiada pela juíza federal da 1ª Região Sandra Maria Correia da Silva: “A capacitação superou as minhas expectativas, porque nos colocou em situações que podemos viver, seja como cidadão e, muito mais, como magistrada(o). Experimentamos situações nas quais podemos perceber as nossas emoções e a nossa reação, fomos tirados dessa zona de conforto do não acontecimento e inseridos em uma situação de quase realidade, o que é muito importante.”